segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Türkçe konuşamıyorum


Já diria o grande Justin Bieber ‘Never say never’. Então é por isso mesmo que eu afirmo que não vai rolar de aprender turco. Pelo menos não fluentemente. É extremamente difícil.

Passeis semanas pra poder aprender direito a fonética deles, o som de cada letra. Tipo o ‘C’ que aqui tem som de ‘dj’. O cedilha ‘ç’ tem som de ‘tch’, o ‘G’  é sempre gultural. Sem contar que eles pronunciam todos os mínimos sons. Por exemplo, um nome comum aqui ‘Emre’, eles pronunciam muito bem claro o ‘m’ no meio da palavra, e não apenas nasalizam a vogal.

Enfim, passado isso, ainda tive que lidar com as letras novas, ‘i’ sem pingo, ‘ö’ com trema, ‘s’ com cedilha, ‘g’ com um chapéu de cabeça pra baixo etc etc e etc. Até hoje ainda tô tentando me acostumar a escrever o ‘i’ sem o pingo, pq é algo natural escrever o ‘i’ e colocar o pingo em cima logo em seguida. É FODA!

Mas a parte de tentar falar o nome dos alunos e eles caírem na risada já passou. Agora já sei falar os nomes direitinho. Mas aí mora outro problema. Se eu me deparo com um nome que nunca vi em turco, é impossível saber se é nome de homem ou mulher, impossível mesmo, juro! E como se isso já não bastasse, todos meus palpites são errados, sempre que olho a chamada e tento arriscar perguntando pro aluno ‘you are...., right?’ é uma mancada. Sempre chamo homem com nome de mulher e vice-versa. E tome mais risada.



Já aprendi algumas palavras sim, pra usar em sala de aula, comidas [muito útil haha], números, e palavras básicas de sobrevivência. Mas formular uma frase ainda é muito difícil. Eles falam tudo ao contrário. Mesmo. Se a gente fala ‘ eu compro pão no mercado’, na lógica deles é tudo invertido, e eles dizem ‘ no mercado pão compro eu’. Juro por deus, e por allah também. Embaralha toda minha cabeça umas 500x quando tento falar algo. Já não bastasse aprender novas palavras ainda tenho que falar tudo ao contrário, putaqueopariu né, Turquia.Vou até relevar o fato que eles usam gerúndio como se fosse presente normal, eles usam ‘eu estou falando turco’ com o mesmo sentido de ‘eu falo turco’. Enfim, deixa pra lá.

Mas 2 fatos me deixaram muito tranquilos quanto ao meu total fail de aprender turco. O primeiro fato foi uma aluna minha que trabalha com turismo dizendo que tem um amigo [de algum país random] que morou na Turquia e na China. E, segundo esse amigo, foi bem mais fácil aprender Chinês [com todos os alfabetos e letras desenhadas] do que aprender Turco e sua lógica maluca [que, por sinal, ele não conseguiu aprender]. E o segundo fato, e o que me deixa mais confortável, foi uma professora da escola que soltou a seguinte frase enquanto tentava me ensinar algumas coisas em turco: “ Todo mundo diz que o Turco tem uma lógica muito exata, assim que você aprende a lógica, você tira de letra , é que nem matemática”.

“É QUE NEM MATEMÁTICA”. Obrigado, mas eu passo.